segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Peter Hook e Joy Division em Paredes de Coura

Peter Hook
30 de Julho de 2010.
Concerto formidável, proporcionado por um dos membros dos Joy Division, numa homenagem a Ian Curtis, 30 anos depois do seu falecimento. A noite estava quente e o ambiente fantástico. Os espectáculos haviam começado há cerca de duas horas com um excelente concerto de “The Tallest Man On Earth”, um projecto de um cantor sueco, que canta a solo com a sua guitarra num jeito muito folk, fazendo lembrar Bob Dylan e Woodstock. Depois desta actuação vieram os Paus, uma banda portuguesa que meteu toda a gente aos saltos num concerto de inegável qualidade. Seguiram-se os Courteneers, mas tiveram uma prestação fraca e francamente desinteressante. O concerto que se seguia era o de Peter Hook. No intervalo entre os espectáculos os fãs de Joy Division aproveitaram para se chegar à frente exibindo camisolas de Ian Curtis e de Unknown Pleasures. Um pano negro desceu com o símbolo do primeiro álbum da banda, aquele que Peter Hook tocaria nessa noite, Unknown Pleasures. A tarde havia acabado, o céu estava escuro, Peter Hook parecia ter trazido para Paredes de Coura as nuvens negras de Manchester e o espírito dos Joy Division. O baixista da mítica banda começou por cantar “No Love Lost” e “Glass”. Depois destas duas músicas fiquei com alguma apreensão, com medo de que o concerto fosse bastante mau, mas o pior havia passado. Depois destas duas canções Hook cantou a icónica Digital, a última que Ian Curtis cantou ao vivo. Desta feita não desiludiu e cantou com extrema qualidade os versos “Don’t fade Away, I need you here today!”. De seguida cantou, como anunciado, o magistral álbum Unknown Pleasures com os pontos mais altos em She’s Lost Control, New Dawn Fades, Insight e Shadowplay. No fim de I Remember Nothing, Hooky e a sua banda deixaram o palco, mas o regresso era mais que óbvio…”They gave me 5 minutes, but fuck it!” – disse Hook depois de regressar ao palco 30 segundos depois de ter saído. Os acordes iniciais de Transmission deixaram o público em polvorosa e o conhecido moche era inevitável. O grande momento da noite estava guardado para o fim quando a banda tocou o tema mais esperada de todo o festival, Love Will Tear Us Apart. Ninguém ficou indiferente até porque o eco desta canção perdurou até ao final da noite.


O pior do concerto foi mesmo o facto de a música Atmosphere, a melhor da banda, na minha opinião, não ter sido tocada…

Não foi Joy Division, para isso faltou o singular Ian Curtis, mas não deixou de ser um maravilhoso espectáculo de alta qualidade. Peter Hook esteve, por vezes, desafinado, mas fica perdoado por ter trazido de volta o espírito dos Joy Division criando um clima de incrível nostalgia.

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